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terça-feira, 12 de outubro de 2010
Presentinho especial
Acordei cedo, sabendo pouco, eu caminhei até o quarto de hóspedes, e tirei aquela cesta bonita com um cartão mais lindo do mundo, que eu mesma fiz com a minha assinatura (uma mãosinha carimbada de tinta guache, que ela saberá quem fez). Levei com muito esforço até a cozinha enquanto ela, que estava no banho, pensava que eu estava dormindo.
Subi na cadeira para colocar a cesta encima da mesa, para acompanhar o prato de café da manhã que eu prepararei: peguei a banana e o morango na fruteira de baixo (fruta essa que propositalmente foi retirada da geladeira e colocado em local de fácil acesso), peguei a minha tigelinha de sucrilhos da Mônica e juntei as frutas amassadas com minhas mãosinhas na tigela e espalhei granola. Puis uma florzinha que retirei do jardim do quintau junto ao pote e então, do lado da cesta, enfatizava meu carinho e admiração. Ouvi um barulho, ela já deve ter desligado o chuveiro, tenho que me apressar!
Fui correndo no closet dela sem fazer barulho e peguei aquela roupa que ela mais gosta. os sapatos pretos preferidos e o colar de pérolas que finalisava seu look.levei para a cozinha, e ali mesmo me vesti com aquela sua roupa especial. Fiquei à sua espera ao lado da cesta e do prato que preparei tão contente.
Esperei, esperei, e quando finalmente ouvi seus passos apressados, me senti ansiosamente feliz.
Quando ela me viu...Ficou muito brava. Eu tinha manchado de banana sua roupa selecionada para o dia especial! Eu tinha
a atrasado por ter sujado a cozinha inteira com marcas de frutas e granolas espalhadas pelo chão e mesa!
Corri para o lado de fora, e ela nem brigou por eu ter ido sem roupa adequada para o frio que fazia. Enquanto ela limpava, e reclamava da verdadeira zona que sem intenção havia feito, eu chorava por ela não ter percebido que tinha feito o café para ela ir trabalhar alimentada, e que a cesta já carregava o celular, a agenda e as chaves que ela precisava para não se atrasar, e que eu estava vestida como ela, pois é como eu quero ser quando crescer, igual a ela.
Passei o dia sem foco, triste, mas pensando em como surpreende-la de forma mais positiva.
Quando ouvi o barulho do carro, já de noite, pensando em qual presente de aniversário a empresa deve ter dado a ela, e quão bonito deveria ser, fui de meias até a sala, já com minha camisolinha, e esperando na janela, fui surpreendida de forma tão inesplicavel, que talvez contando minha historinha, você possa imaginar. Ela,minha mãe, me esperava com aquela roupa que eu avia sujado em uma embalagem de lavanderia com uma reforma que a deixou muito mais descontraida e escondendo a mancha, e logo atrás, uyma roupa igualzinha emminiatura, e do meu tamanho, escrito no papel, algo que minha mãesinha leu-me como "Me desculpe".
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