terça-feira, 21 de setembro de 2010

Minha chance



       Estava eu sentada num bar bebendo até embriagar-me quando vi aquele bastardo rindo com os amigos. O papo estava realmente muito bom pelas gargalhadas que ouvia. Pedi ao garçom para lhe enviar um bilhete. Escrevi que a Moça mais gata olharia para ele naquele instante que recebesse o bilhete. Mas só se ao mesmo tempo, ele conseguisse chorar. O garçom entregou ele leu, eu olhando para ele por um reflexo do descansa copos folheado de alumínio, vi sua preocupação em não ter ninguém olhando para ele, ele não era assim tão bonito quando se olha a primeira vista, mas era uma ótima pessoa, então sua cara fora de espanto e tristeza, ficou com cara de triste, e uma lágrima escorreu.
        Não o vi me encontrar, não me encontrou, mas não o queria tanto assim, não olhei diretamente, somente por aquele pequeno espelho improvisado. Vi-o levantar e caminhar até a saída do bar com a cara mais pensativa do mundo. Aposto que estava tentando adivinhar quem escrevera aquele bilhete.
puxou um guardanapo, que deve ter pego da mesa sem que eu perceba, e uma caneta de seu bolso tentou escrever algo, mas parecia que ele não sabia o que escrever. amassou o guardanapo e o arremessou para trás. Voltou à mesa. Não pude conter minha curiosidade em ler aquele começo de bilhete. Para minha surpresa estava escrito: "Eu já te vi. Pare de me seguir."
        Pra mim aquilo foi o fim da noite. pedi ao garçom uma água para que eu consiga voltar para casa. Paguei a conta e sai. Pedalei sempre em frente, já estava amanhecendo, vi uma trilha à minha direita que pareica mais iluminada do que a estrada. Não queria ir para casa mesmo. Segui por aquele novo caminho, novamente reto, para não me perder. Até achar um rio. Parei, e refleti pelo que tinha feito: pra que faze-lo chorar? Sentir prazer em ver alguém que ama, em segredo mas verdadeiramente? Somente para vê-lo abalado por alguém sem que ele possa reagir, sem saber quem o deixou daquele jeito? Ele que sempre sabe o que dizer e  como agir...
    Ouvi um barulho. Lembrei que deixei de reparar se era uma propriedade privada onde entrei. Será que vão me pôr pra correr com cachorros ranzinzas como nos filmes? Fui virando devagar enquanto um frio no umbigo me fez fechar os olhos e quando abri a felicidade estranha que senti foi imensa. Não sabia se me sentia culpada por ele estar ali, ou se feliz por desta vez ele ter me seguido. Mas o olhar dele não era de reprovação. Me olhava com cara de superior, mas admirado por ter conseguido despertar a atenção dele de forma tão singular.
Simplesmente dê-mo-nos as mãos e saímos juntos.
Autoria Própria



Este texto é de autoria própria apesar de não ter nada a ver comigo e de eu já ter achado o amor da minha vida, minha alma gêmea. PArticipara do Onde as Palavras se Sobrepõem, um blog muito bacana, quem quiser conferir:

Onde as Palavras se Sobrepõem

2 comentários:

  1. Muito legal tua participação.Bem inspirada!beijos, boa sorte,chica

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  2. Estou tbém participando. Ficou super especial a sua participação.
    http://sandrarandrade7.blogspot.com/.
    Carinhosamente

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